Já ouviu falar do arvorismo ou arborismo? Esse é um esporte novo, que nasceu na Costa Rica nos anos 80, mas não como esporte. E hoje também é uma das formas de turismo de aventura mais procuradas. Como o próprio nome já diz é uma atividade praticada, principalmente nas copas das árvores, em diferentes modalidades. A atividade ao ar livre, o contato com a fauna e a flora, as belas vistas do alto de uma árvore, são algumas das magníficas maravilhas da prática do arvorismo.

Como prática esportiva um dos países com os melhores circuitos de arvorismo é a Nova Zelândia. Em 2001, essa atividade do arvorismo no Brasil aparece como esporte, mas essa não é uma prática tão recente assim no país. Ela é, na verdade, milenar, porque se trata de uma forma de coleta agrícola tradicional. Te contamos um pouco dessa história nesse texto, quem sabe você se arvora a se conectar com as árvores nesse maravilhoso esporte que pode, inclusive, ser praticado em família.

O arborismo como forma de coleta agrícola

A prática de subida em árvores para coletar seus frutos é tão antiga quanto a existência do Brasil. Antes mesmo da chegada dos colonizadores portugueses, os índios já dominavam a interação com seu meio ambiente e praticavam a escalada das árvores. Mas esse é um patrimônio agrícola que sobrevive até os dias de hoje, na coleta de frutos como açaí, coco e dendê. Em árvores altas, o sistema agrícola brasileiro ainda mantem a coleta na forma tradicional, ou seja, através da prática do arvorismo.

São os chamados “subidores” ou “tiradores” sobem em média em 60 coqueiros por dia, retirando dois ou três cachos de coco por árvore. O dendezeiro, árvore conhecida como palma-de-guiné pode chegar a até 15 m de altura, e também exige conhecimentos de arvorismo para a sua colheita. Não é diferente com os ribeirinhos do Pará que coletam o açaí nas palmeiras de mais de 20 m de altura. Em grandes plantações já se utilizam os mesmos equipamentos de segurança próprios de escaladas, mas na agricultura familiar, por exemplo, os arvoristas profissionais contam mesmo com seus anos de prática e a habilidade adquirida desde a infância.

O arborismo e o arvorismo como práticas científicas

O arvorismo é uma prática que também tem relação direta com o estudo científico. Se supõe que foi uma atividade iniciada nos anos 1980, na Costa Rica, onde os cientistas dedicados estudar a fauna e a flora vivente nas copas das árvores passaram a utilizar os equipamentos de segurança para subir e, mais adiante, criaram plataformas montadas para a observação. Muitos deles pernoitavam ou até passavam dias em cima das árvores.

Na década de 1990, a ideia foi adotada também na Europa. O contato com o ambiente natural em um largo período de tempo e com maior proximidade, permitiu evoluir nas pesquisas de várias espécies. Depois surgiu a necessidade de se trasladar de uma árvore à outra e assim nascia mais uma etapa do que viria a se transformar em um novo esporte e uma nova modalidade do turismo de aventura conhecida em todos os cantos do planeta.

Como surgiu o arvorismo esportivo

De método de estudo científico na Costa Rica para o esporte foi um pulo. Praticar arvorismo e arborismo passou a fazer parte da lista de esportes radicais e do turismo de aventura, primeiro na França e na Nova Zelândia, em finais da década de 1990. Mas o esporte só chegou no Brasil no ano de 2001, na cidade de Brotas, São Paulo. De lá pra cá o país já ganhou mais de 40 circuitos de arvorismo.

Atualmente se distinguem duas modalidades e termos que designam a prática esportiva em árvores. O arvorismo é a prática relacionada ao passeio em trilhas com ou sem obstáculos que conectam copas de árvores. Enquanto o arborismo é uma escalada em árvores. Mas não é consensual essa distinção, muita gente usa os dois termos para designar ambas as modalidades e a palavra “arvorismo” é a mais frequente. Ainda existem três outros tipos de arvorismo reconhecidos: o acrobático, o técnico e o contemplativo.

Quem pode, quais são os benefícios e onde praticar este esporte

O arvorismo é uma prática esportiva bastante democrática. Pode ser praticada por diferentes idades e não exige treinamentos ou experiência prévia. Obviamente que você não pode se “arvorar” sem nenhum equipamento de segurança e sem o apoio de um instrutor, como acontece com todos os esportes de aventura ou esportes radicais.

Os benefícios são inúmeros, os praticantes atestam que é uma das melhores formas de fazer esportes ao ar livre, porque o arvorismo junta uma série de fatores apaixonantes: contato com a natureza, ar puro, desafio, altura, confiança, trabalho em equipe, além de umas vistas preciosas, de uma perspectiva que dificilmente você teria olhando do chão.

No Brasil, existem várias opções de circuitos em diferentes estados. Brotas em São Paulo é a origem do arvorismo no país e seu circuito continua em alta. Em Foz do Iguaçú no Paraná o circuito é considerado um dos mais belos, dentro da reserva florestal. Em Paraty, no Rio de Janeiro, o contato com a Mata Atlântica, ameaçada de extinção, é sem dúvida uma boa pedida. Mas o maior complexo de arvorismo da América Latina está no Espírito Santo.